Estreia de Eusébio no derby e título para o Sporting |
Terça, 25 Novembro 2008 17:34 | |||
O primeiro «derby» do rei terminou com vitória do rival de Alvalade. E o triunfo valeu o título nacional aos leões, num jogo decidido antes do intervalo.
O Eusébio que o Sporting desejou e que o Benfica assegurou marcou no seu primeiro derby, a 27 de Maio de 1962, em Alvalade, apesar da derrota por 3-1. Foi na última jornada da época 1961/62, aquela que decidiria o campeão nacional, Sporting ou F.C. Porto. Uma tarefa hercúlea para os leões, que não ganhavam há três anos e tinham pela frente não só o campeão português em título, como os detentores do ceptro europeu, que ganharam 5-3 ao Real Madrid com dois golos do pantera negra. Foi também o primeiro derby de Libânio, guarda-redes do Sporting, na sua terceira missão da temporada! Uma responsabilidade imensa, que o homem da baliza reconheceu na véspera do encontro: «Em cada minuto, em cada lance pode estar a resolução dos nossos anseios.» Eusébio era a principal preocupação de Libânio, apesar de toda a frente encarnada - «sem dúvida, a melhor linha avançada portuguesa», considerou - ser digna de semelhante destaque. O guarda-redes nunca tinha visto Eusébio jogar, mas a reputação do avançado era uma verdade inquestionável. «Pelo que vi e tenho lido é um rematador de respeito», assumiu o jogador do Sporting, na altura.
Mas o pantera negra, que um dia Salazar classificou de «património nacional», não conseguiu melhor sorte para o Benfica que um golo aos 29 minutos, numa altura em que perdia por 2-0. Morais e Hugo, aos 20 e 27, colocaram o Sporting na frente do marcador, uma equipa que teve para ser sua e só por pouco não foi. Eusébio, nascido em Lourenço Marques [actual Maputo], jogava no Sporting local, filial do Sporting da metrópole, mas os leões deixaram-se antecipar pelos encarnados que, por 250 contos, garantiram os serviços do melhor jogador português de todos os tempos.
Na presença de 70 mil adeptos, grande parte a remoer ainda a perda de Eusébio, o Sporting fez a festa do título, mas nem todos os encarnados viraram as costas aos festejos: o pantera negra, José Augusto e Cavém fizeram questão de cumprimentar os campeões nacionais, numa demonstração inestimável de desportivismo e que os vencedores muito apreciaram. Afinal, Eusébio nascera felino para o mundo do futebol.
Ficha de jogo
In maisfutebol.iol.pt
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