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Quinta, 28 Março 2024
Virgílio: Os joelhos de Venâncio e falta de memória PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
Quinta, 23 Setembro 2010 11:31
VirgílioNum exclusivo do LEÃO DA ESTRELA, o antigo jogador leonino Virgílio Lopes escreve sobre o antigo "capitão" Pedro Venâncio, a falta de memória no Sporting (que provoca o desrespeito pelos seus símbolos) e as campanhas de marketing do clube "manhosas" e por vezes "incompreensíveis". O título deste "post" é da responsabilidade do LEÃO DA ESTRELA.

Esta é uma boa oportunidade para dizer alguma coisa sobre o Venâncio. Em primeiro lugar, o Pedro é, na minha opinião, o último grande símbolo do Sporting. Colocou sempre em primeiro lugar os interesses do Sporting, arriscando, tantas e tantas vezes, a sua carreira e o seu futuro.

Não conheci ninguém com uma capacidade de sacrifício, uma entrega e uma disponibilidade para servir o clube, em todas as condições, sujeitando-se ao que fosse necessário sem nada pedir em troca, que se pudesse comparar com ele. Fui testemunha de muitos desses momentos.
Era, aos dezoito anos, quando se tornou profissional, um defesa central fabuloso e um homem com uma postura absolutamente exemplar. Não atingiu talvez, como atleta, o lugar que todos os que com ele privávamos diariamente prevíamos. As lesões eram terríveis e por vezes aquilo que assombrava era que, apesar delas, ainda conseguisse jogar ao nível que apresentava.

Quanto à sua postura como homem manteve-se inalterável. O Venâncio foi um futebolista por quem todos tinham um enorme respeito, dentro e fora do clube, foi um capitão de equipa exemplar, um brilhante treinador no futebol de formação e um dedicado e leal adjunto no futebol profissional. Sobretudo nesta última função conseguiu aquilo que é extraordinariamente difícil: ser leal ao seu clube e ao treinador com quem trabalhava.
Nem quando foi tristemente desrespeitado pelo Sporting, o Venâncio deixou perceber o quanto isso lhe doía e manteve um silêncio que traduzia uma enorme prova do seu respeito pelo Sporting. Em resumo o Pedro Venâncio fez aquilo que só os verdadeiros símbolos desta instituição são capazes de fazer: serviu sempre o seu clube sem nunca lhe passar sequer pela cabeça servir-se dele.

Ser um símbolo do Sporting Clube de Portugal é ter um lugar muito especial na história do clube. Apenas uns poucos o conseguiram ao longo dos anos e convém que continuemos a ser extraordinariamente exigentes quanto às qualidades necessárias para pertencer a esse pequeno grupo, que é composto não apenas por futebolistas mas também por dirigentes, funcionários e atletas de outras modalidades.
Custou-me muito ver a ignorância de alguns adeptos sportinguismos, aqui na Internet, sobre um figura impar do Sporting como foi o grande massagista Manuel Marques. Seria bom que os responsáveis pela comunicação do clube fossem realmente responsáveis e não deixassem morrer na memória dos adeptos algumas destas figuras que foram, e serão sempre, enormes exemplos de sportinguismo e de bem servir o clube do seu coração. Talvez o retorno fosse bem maior do que o que tem sido conseguido com estas últimas campanhas promocionais manhosas e por vezes verdadeiramente incompreensíveis.

Se não conhecem a história do clube, e nalguns casos isso é tristemente evidente, procurem quem a conheça e mantenham-na viva. Nestes tempos em que alguns daqueles que são apresentados como símbolos, fabricados artificialmente por dois ou três jornalistas amigos, ajudados por alguns dirigentes, se vão servindo do clube em vez de o servirem, são fundamentais os exemplos dos grandes sportinguistas, que são na realidade o nosso orgulho. Os outros são apenas bons atletas ou dirigentes competentes, por exemplo. Alguns, para mal do Sporting, nem são competentes nem sérios.
Voltando ao Pedro Venâncio. Estivemos a conversar no dia da Festa de Homenagem ao Iordanov e contou-me que os joelhos estão a ceder definitivamente e que teme inclusivamente pela sua capacidade de mobilidade no futuro. Se no Sporting não sabem desta situação, tinham a obrigação de saber. De qualquer forma ficam agora informados.


Espero que tenha à sua disposição os médicos e os recursos de recuperação que o Clube possui. De forma sincera e atenta. Aproveitamentos para melhorar a imagem são, como é evidente, desonestos e deploráveis.
O Pedro Venâncio sentir-se-ia definitivamente mais feliz se percebesse que valeu a pena tudo o que fez pelo Sporting Clube de Portugal, e que continua a ser admirado e respeitado, pelos dirigentes e adeptos do seu clube.


Quanto ao que o Venâncio afirmou ao DN, não estou de acordo. O que o Sporting precisa acima de tudo é de competência. Se quem desempenhar funções no clube, for competente e adepto do Sporting melhor ainda. Mas em primeiro lugar tem que estar a competência, qualidade que nos últimos anos não tem sido propriamente abundante em Alvalade.

Virgílio Lopes, futebolista do Sporting Clube de Portugal nas décadas de 1970 e 1980 (via Facebook: http://www.facebook.com/leaodaestrela)

 


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