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Spry e os jogadores: «Figo vomitava; Deco era pequeno e fraco» PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
Terça, 24 Junho 2008 19:40

080624_spryAntigo preparador-fisico de V. Setúbal, Sporting e F.C. Porto

Roger Spry cruzou-se com vários jogadores que marcaram a história recente do futebol português. O especialista em condição física, em conversa com o Maisfutebol, recupera episódios com Jordão, Luís Figo, Deco ou Mário Jardel, recordando que todos partiram para novas e prósperas etapas das respectivas carreiras.

Recuando a 1986, Spry chega ao Vitória de Setúbal com Malcolm Allison. «Quando cheguei a Portugal, vi que os jogadores eram fantásticos, a vários níveis, mas tinham um defeito quando sofriam entradas duras. Ficavam no chão a contorcer-se de dores. Não podia ser. Quando levam, têm de aguentar e sorrir, para intimidar o adversário», começa por dizer.

«Tínhamos grandes jogadores no Vitória, como o Manuel Fernandes, o Jordão ou o Eurico, mas mudamos uma forma de pensar. Foi fantástico. Tinham 32 ou 33 anos e ficaram em melhor forma do que quando tinham 20. Lembro-me de um jogo com o F.C. Porto que terminou com um empate a 4 golos. O Porto tinha acabado de vencer a Taça dos Campeões Europeus. No final, Artur Jorge disse que aquele tinha sido o melhor jogo de sempre», recorda.

Roger Spry apaixonou-se por Setúbal e a chama não mais se apagou: «A minha filha nasceu em Setúbal, há vinte anos, e tenho grande memórias da cidade. É o meu sítio preferido em Portugal e regresso sempre lá. A minha filha tem muito orgulho em ser de Setúbal e fala português. E eu, quando me retirar, vou para Portugal, de certeza.»

De Jordão a Luís Figo

Em 1991, após o sucesso em Setúbal, o preparador-físico chega ao Sporting para trabalhar com Bobby Robson, respondendo a um convite de Sousa Cintra. Para trás, ficara um exemplo do contributo prestado para a carreira de um jogador: Rui Manuel Trindade Jordão.

«Nunca tive problemas com os jogadores, porque eles sempre perceberam que os métodos que utilizam não são para valorização pessoal, mas sim para os ajudar. Um exemplo: Jordão saiu do Sporting em 1986, preparando-se para dizer adeus ao futebol. Contudo, veio treinar ao V. Setúbal, trabalhamos com ele, e depois de cinco meses a treinar, assinou contrato e ainda fez grandes épocas», recorda.

Já em Alvalade, onde trabalhou com Bobby Robson e Carlos Queiroz, Spry encontrou um leque de jogadores de onde se destacava Luís Figo: «Ainda me lembro de ver Luís Figo a vomitar num treino, mas o sucesso é doloroso. Quando mais dor, melhor. Na altura, ele não gostou, mas cresceu bastante. Foi e é um dos melhores do Mundo. Fizemos compreender que ele tinha uma técnica incrível, mas que ia levar muita porrada na sua carreira. Ele aprendeu que sorrir depois de levar porrada é a melhor lição.»

Deco e Jardel no F.C. Porto

Segue-se o F.C. Porto, com António Oliveira e Fernando Santos. Durante o seu percurso na Invicta, assistiu ao crescimento de um mágico, conhecido como Deco. «Lembro-me do Deco, que era pequeno e fraco, foi por isso que não foi aproveitado pelo Benfica. Num jogo frente ao Salgueiros, percebemos o imenso valor que tinha. Então, quando chegou, trabalhei com ele diariamente, mas o tornar mais forte, como podemos comprovar agora», frisa.

«Capucho também tinha muito talento, Peixe a mesma coisa, mas às vezes o talento não basta. O Jardel, por exemplo. Com o trabalho físico, com a ajuda de ensinamentos das artes marciais, tornou-se frio da área. Levava porrada, mas ignorava. Só pensava em duas coisas: bola, baliza, bola, baliza. Estes jogadores também têm de perceber que não conta só a atitude nos treinos. Tem tudo a ver também com as horas que dormem, o que comem, etc.», explica Spry.

 

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