 A pouco menos de 48 horas do jogo de homenagem que lhe será reservado amanhã, em Alvalade, Iordanov desembarcou ontem no Aeroporto da Portela, na companhia da família e de amigos (os primeiros) e foi recebido por duas dezenas de adeptos - entre os quais, Isabel Trigo Mira. Entre aplausos, o ex-capitão dos leões não escondeu a emoção: "Não esperava esta recepção. Estou muito emocionado. Se me sinto assim hoje, nem quero imaginar no dia do jogo."
Sobre a perspectiva de, finalmente, ver realizado o jogo de homenagem, mereceu o comentário... satisfeito de Iorda: "Só quero fazer a festa. Nunca pedi nem quero mais nada do que estava no meu contrato."
O incansável e completo búlgaro fintou a questão da afluência a um estádio onde têm faltado adeptos. "Não sei se estará cheio, gostaria muito, mas isso depende das pessoas", concedeu. Já sobre a "rivalidade" de amanhã com outros astros búlgaros de ontem, Iordanov defendeu confiar... na amizade. "Quem temo mais? Stoitchkov ou Kostadinov? Se calhar, o primeiro era mais complicado. Mas são os dois meus amigos e vão deixar-me ganhar", soltou Iordanov, entre sorrisos, visivelmente satisfeito com a concretização de um sonho que tem tudo para dar festa.
Equipa que matou o jejum marcou a história do clube
Já estão em Lisboa alguns dos craques que amanhã à noite vão participar no jogo de homenagem a Iordanov, em Alvalade. O JOGO encontrou quatro ex-leões em amena confraternização, casos de Acosta, Nuno Santos, André Cruz e Marco Aurélio, dominados pelo orgulho por voltar a vestir a camisola do Sporting e por poder homenagear o seu ex-colega.
"É uma alegria imensa poder voltar a Portugal e entrar num estádio onde nunca joguei. Partilhámos balneário e relvados, é uma grande alegria. Os grandes ídolos sempre merecem o reconhecimento. Iordanov é um símbolo por tudo o que passou e lutou: merece!", dispara Acosta, orgulhoso por ter ficado "no coração das pessoas". "É o mais importante", acrescenta, até porque depois das dificuldades iniciais "ninguém imaginava". "E acabámos campeões depois de 18 anos e se dizes o meu nome a um sportinguista é qualquer coisa especial. Aquela equipa marcou a história do clube. Por isso, sem dúvida que vai ser especial vestir a camisola do Sporting e correr com amigos", comentou o argentino.
André Cruz e Marco Aurélio também não esperavam voltar a vestir a camisola verde e branca e deixaram palavras de apreço a Iordanov. "Tudo o que o Iordanov fez pelo clube é merecedor de uma homenagem. É um presente bonito, era 'legal' até uma para mim ou cinco ou seis por ano para haver festas bonitas em Alvalade", gracejou André Cruz. Já Marco Aurélio gostava de ver o seu "trabalho facilitado" pelo incansável búlgaro: "Ajudava muito. Combatia lá onde tudo começa. Dava o litro. Os defesas adversários tinham de chutar para a frente e facilitavam."
Seria bom rever êxitos... com argentinos
Acosta tem o Sporting sempre debaixo de olho e, após o sucesso que se verificou com mais compatriotas na equipa, e depois dos êxitos do FC Porto também comandados por dois argentinos (Lucho e Lisandro) e agora do Benfica (sobretudo por Di María e Aimar), é natural que o antigo goleador gostasse de rever êxitos em Alvalade novamente com jogadores argentinos. "São etapas. Naquela altura saiu bem ao Sporting, tal como depois ao FC Porto e agora ao Benfica. A Argentina é uma cantera inesgotável de jogadores. Seria lindo voltar a ver argentinos com sucesso no Sporting. Oxalá voltem a olhar para a América do Sul."
André Cruz quer colaborar
Agora agente de jogadores, André Cruz está também ligado à formação perto de São Paulo. O brasileiro chegou também a negociar com o Sporting um projecto para construir uma Academia em parceria com os leões como a que está a crescer na África do Sul, e apesar de tudo ter ficado em "águas de bacalhau" o ex-central sportinguista gostava de retomar as conversas e o projecto: "Existiu a ideia de montar uma Academia no Brasil com o Sporting, formar jovens para virem mais adultos... Não sei se vai ter continuidade mas a intenção de desenvolver esse trabalho permanece."
Marco Aurélio lamenta saída
Depois de algumas temporadas como patrão da defesa leonina, Marco Aurélio deixou o Sporting após desentendimento com a equipa técnica de Mirko Jozic. "Não aguentava mais". Tendo em conta que o técnico saiu poucos meses depois, até ficou arrependido: "Com o clube nunca tive conflito, tive um problema com a equipa técnica. Quando saí na minha cabeça voltaria para Portugal, para o Sporting ou outro... Na altura dei uma entrevista e falei desse conflito com Jozic mas se há coisa de que me arrependo na vida é de ter dado essa entrevista. Não ganhei nada, só perdi."
In ojogo.pt
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