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 No 6-3, Carlos Queiroz tirou Paulo Torres e pôs Pacheco. A decisão, na prática, foi irrelevante. Mas nasceu um mito
Crasso compunha o triunvirato que dominava Roma, ao lado de Júlio César, que conquistou a Gália, e de Pompeu, que invadiu a Hispânia, quando se aventurou no Médio Oriente com 50 mil homens. Na ânsia de ganhar a batalha aos Partos, o povo que ocupava o território, quis atacar sem estratégia e acabou dizimado. Estava-se 50 anos antes do nascimento de Cristo.
No dia 14 de Maio de 1994, Carlos Queiroz treinava o Sporting e defrontava o Benfica. Aos 35 minutos ganhava 2-1. Mas continuava a atacar, sem olhar aos nomes do rival nem pensar em defender. João Pinto, que assinaria nessa noite a sua pièce de résistance, viraria o resultado antes do intervalo mas Queiroz continuaria fiel ao estilo.
Tirou Paulo Torres, defesa-esquerdo, ao intervalo, e colocou Pacheco, extremo-esquerdo. O Benfica pôde então cavalgar pelo flanco direito do Sporting e do 3-2 passaria para um 6-2, entretanto amenizado por Balakov, de penálti.
Um mito Queiroz caiu em desgraça. Não tanto porque o Sporting entregara o campeonato. Nem porque perdera o jogo. Mas por causa de uma decisão que mais ninguém esqueceu: hoje, não faz apenas 15 anos sobre a noite mais extraordinária da vida desportiva de João Pinto (recebeu a inédita nota 10 no diário "A Bola"); hoje passam também 15 anos sobre a mitificada substituição de Paulo Torres por Pacheco - mesmo que com o primeiro em campo, o Sporting tenha sofrido tantos golos (três) como com o segundo.
Como o de Crasso, dois mil anos antes, o erro de Queiroz ficou eternizado.
In ionline.pt
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