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Rui Patrício: "Jogar sempre no Sporting seria motivo de orgulho!" PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
Terça, 06 Outubro 2009 22:00

090806_rui_patricio.jpgSurgiram notícias do interesse de clubes estrangeiros. Como encara a possibilidade de rumar a uma liga mais competitiva? Tem pressa?

Pressa? Eu estou no Sporting, e muito bem. Algumas notícias, nem as vi, apenas mas comunicaram, mas estou completamente tranquilo em relação a essa matéria.

 

Mas jogar num dos maiores campeonatos da Europa é uma ambição?

É lógico que temos de querer sempre o melhor e nunca podemos estar satisfeitos com o que temos. Não nos podemos instalar. É lógico que é um sonho jogar num grande campeonato, de maior dimensão que o português, mas estou no Sporting, muito contente, e só quero continuar a trabalhar, continuar a jogar.

 

Chegou muito novo à baliza do Sporting e pode bater muitos recordes. Se fizesse toda a carreira em Alvalade, ficaria desiludido?

Desiludido?! De forma alguma! Quantos e quantos jogadores não gostariam de jogar no Sporting? Seria um orgulho!

 

O actual momento da equipa pode ser consequência da falta de vitórias na pré-época?

É lógico que são as vitórias que dão confiança. Isso, na pré-época, não aconteceu, mas com o Twente, em casa, tivemos oportunidades para vencer. Lá empatámos, mas conseguimos o nosso objectivo. Não creio que a equipa estivesse intranquila.

 

Sentiu o golo apontado ao Twente como seu?

Foi de toda a equipa. Festejei como todos festejaram, porque marcar depois dos 90 minutos foi motivo de orgulho e euforia para todos.

 

O que falta para o Sporting alcançar a consistência necessária?

Temos de jogar melhor. Depois do jogo que fizemos no campo do FC Porto, não tem explicação o que sucedeu a seguir...

 

Escreveu-se que Cristiano Ronaldo tinha falado consigo sobre o interesse do Manchester United. É verdade?

Falámos só sobre futebol e sobre o jogo.

 

Em relação à Selecção, como encara a etapa actual, em que é chamado à equipa principal, mas ainda sem se estrear?

O importante é estar na Selecção Nacional, seja nos AA ou nos sub-21. É um motivo de orgulho.

 

Tem a ambição a curto prazo de conquistar o lugar na Selecção, como aconteceu no Sporting?

Acho que as coisas têm o seu tempo. O importante é continuar a trabalhar, mostrar que temos valor, e o futuro o dirá.

 

Mantém a confiança no apuramento de Portugal para o Campeonato do Mundo'2010?

Mantenho, claro. Acredito que vamos consegui-lo.

 

Se isso acontecer, também espera estar na África do Sul?

Isso é só no final da época... Temos ainda dois jogos, e ainda falta metade da época...

 

Mas gostava de ir ao Mundial...

Claro... Toda a gente gostaria de lá estar.

 

"Estou mais maduro"


 

Simpático, simples e bem-disposto, Rui Patrício não é, porém, homem de grandes discursos. De forma algo tímida, própria de um jovem de 21 anos que não procura os holofotes da fama fora dos relvados, o guardião analisa, em exclusivo para O JOGO, os seus primeiros três anos como titular da baliza de um dos grandes do futebol português.

 

Estas três épocas tiveram certamente um grande impacto na sua carreira e na sua evolução como jogador. Quais foram as principais evoluções neste período?

Para já, principalmente na maturidade que ganhei. À medida que vamos jogando, vamos ganhando maturidade, e, jogando com frequência desde os 19 anos, aprendi muita coisa. Ainda tenho muito que aprender, tenho 21 anos, e temos de continuar sempre a trabalhar para evoluir. É com os erros e com as coisas que correm menos bem que mais aprendemos. Vemos onde falhámos e corrigimos essas falhas.

 

Fica a ideia, relativamente aos erros que cometeu no início da carreira profissional, que não os voltou a cometer da mesma forma. Marcaram-no muito?

Temos de aprender com os erros. Na vida, só aprendemos com os erros. Quando erramos, temos de ver o que falhou e não voltar a repeti-los. Com a maturidade que vamos ganhando, lidamos cada vez melhor com os momentos menos bons.

 

Uma das evoluções evidentes é o jogo com os pés. Foi resultado de muito trabalho específico?

Sempre trabalhámos, desde as camadas jovens. Às vezes, as coisas não correm muito bem, queremos bater e sai mal... Mas tudo se treina e se trabalha. Temos de trabalhar e melhorar em todos os aspectos; nunca podemos ficar contentes, nem sequer com aquilo que achamos que fazemos bem. Temos de querer sempre mais. É a forma de evoluir.

 

Recentemente, alguma crítica defende que devia sair mais vezes dos postes nos cruzamentos...

As pessoas falam, mas, no campo, nós é que temos de decidir numa fracção de segundo. Decidimos sair ou não. A mim, essas coisas não me afectam. Sei o que faço bem ou menos bem. Quando as coisas correm mal ou vejo que fiz alguma coisa mal, falo com o treinador. Quando não saio a um cruzamento a que devia ter saído, não preciso que as pessoas mo digam. Também sei que devia ter saído. Só tenho é de seguir em frente e não ficar a pensar no que se fala.

 

Mas há alguém cuja opinião queira sempre ouvir, seja junto da família ou dos amigos?

A nível de futebol, só o treinador. É ele que manda, que me ensina e é com ele que tenho de conversar quando tenho dúvidas.

 

"Temos de merecer o apoio dos adeptos"

 

 

Apesar dos seus 21 anos e da sua timidez, não se esconde nos momentos difíceis e é dos poucos a dar o peito às balas, perante a indignação dos adeptos descontentes com as exibições. Depois do Hertha e do Belenenses, foi à bancada serenar ânimos.

 

No final dos últimos jogos permaneceu no relvado para interagir com os adeptos, apesar dos ânimos algo exaltados.

A camisola que ofereci no final do jogo com o Hertha de Berlim já estava prometida a um amigo, que me tinha pedido o equipamento laranja, mas o facto de nos deslocarmos à bancada é uma forma de tentar que os adeptos não fiquem chateados connosco e nos continuem a apoiar. Foi uma maneira de puxar por eles, porque só nós temos de dar a volta a esta situação. Temos de ser nós a mostrar que somos capazes de estar bem e que merecemos palmas em vez de assobios.

 

Tem havido algumas dificuldades na relação com os apoiantes do clube. O Rui Patrício já sofreu esses assobios na pele. Como se acaba com esta desconfiança?

Jogando melhor e ganhando. Se o fizermos ninguém vai assobiar. Ganhar, em primeiro lugar, depois jogar bem. Temos trabalhado bem, com o Hertha foi um jogo que não nos correu bem mas conseguimos ganhar, mesmo sabendo que temos muito que melhorar.

 

Apesar dos golos sofridos, o Sporting é das equipas que menos remates consentem ao adversário. Tinha noção disso?

Não. É pena sofrermos os golos que já consentimos porque nunca é bom, sobretudo para quem está na baliza. Nunca nos podemos deixar abater. Temos de continuar a trabalhar e levantar a cabeça, sabendo que há-de chegar o dia em que as coisas vão começar a correr-nos bem.

 

O que se passou para não aproveitarem a manutenção do essencial do plantel e da equipa técnica?

Não ganhámos o primeiro jogo, perdemos o segundo... Não começámos bem... É lógico que queríamos estar noutra posição mas ainda faltam muitos jogos. Só nós é que podemos dar a volta por cima.

 

"Polga é excelente"

 

 

O momento difícil que Polga atravessa, que teve o ponto alto na tão criticada exibição no Dragão, não impressiona Rui Patrício, que manifesta total confiança, sua e da equipa, na qualidade do central.

 

Ainda relativamente ao jogo do Dragão, um dos seus colegas foi muito criticado, situação que não é nova nesta temporada. Como é que este momento menos bom tem afectado Anderson Polga e como é que o plantel o tem ajudado a lidar com tudo isto?

O Polga sabe que tem a equipa com ele, que todos o apoiamos. Mas já tem tanta experiência - e sabe o jogador que é - que lida bem com isso. É um excelente jogador e vai ultrapassar isso com normalidade. Tem muita qualidade.

 

Teve um discurso ambicioso em relação à Liga Europa. É mesmo para ganhar?

Em todas as competições que entro faço-o para ganhar. O plantel sabe que as ambições têm de ser elevadas. Claro que é difícil ganharmos todas as competições em que estamos envolvidos mas só temos de dar o nosso melhor e ganhar os jogos. Só assim chegamos lá.

 

"Para mim é mais fácil esperar pelo pontapé"

 

 

Há algo em relação a Rui Patrício que suscita a admiração de todos: a impressionante eficácia a defender penáltis no decurso dos jogos. O guardião também não se defende mal neste tema, guardando para si os segredos e mostrando... a modéstia habitual. "Às vezes estudamos como certos adversários marcam, mas depois também é a forma como batem na bola. Aguentar ao máximo até percebermos para onde vão bater." Entre as duas escolas, a que defende uma aposta precoce e a que proclama as vantagens de reagir ao pontapé, Rui Patrício confessa-se defensor da segunda: "Isso parte um pouco de cada um, mas é sempre preciso um bocado de sorte. Para mim, é mais fácil se aguentar até ao final." A menor eficácia no momento dos desempates por pontapés da marca de grande penalidade também foi defendida pelo dono da camisola um dos leões : "Em torneios, também já defendi em desempates por penáltis. Se calhar, quando estamos no decorrer do jogo, há outro tipo de concentração. Mas não acredito que, no desempate, não defenda tanto por falta de concentração. Tenho pena de que os números não sejam iguais."

 

"Cada vez mais as bolas são mais leves e complicam a vida aos guarda-redes"

 

 

Rui Patrício mudou recentemente de fornecedor de equipamentos e é agora patrocinado pela mesma marca que fornece as bolas para a Liga Sagres, a Liga dos Campeões e a Liga Europa. Crítico da bola no passado, não é a coincidência de fabricante que o leva a mudar de opinião. É que, para os "keepers", a vida está cada vez mais difícil: "A bola está cada vez mais leve. Cada vez é pior para nós, guarda-redes. E é curioso, porque, apesar de ser da mesma marca, a bola da Liga Europa é diferente da que está a ser utilizada no campeonato. É mais pesada, o que nos facilita um bocado a vida."

 

Entre Cech e Buffon

 

 

Há muito que Rui Patrício confessou a admiração por Petr Cech, guarda-redes que defende as cores do Chelsea. O guardião leonino continua a acompanhar, sempre que possível, a carreira desta sua referência, mesmo nos momentos de menor fulgor. "Vejo os jogos do Chelsea quando posso. Não há guarda-redes que estejam sempre com a mesma consistência, pois todos cometemos erros e há jogos em que é impossível fazermos as coisas sempre bem", afirma, embora acabe por confessar que existe outro guarda-redes que parece imune aos ciclos negativos: Gianluigi Buffon, da Juventus. "Também tem jogos que correm menos bem, mas é um guarda-redes com enorme experiência, que anda no topo há muitos, muitos anos. Outro que desde que chegou ao Manchester mostrou a importância da experiência é o Van der Sar."

 

 

In " O Jogo"


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