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Sexta, 03 Fevereiro 2012 14:17

120203_SA300x250“Atrasados Mentais”, “Ignorantes”, “Anormais”, “Terroristas”, “Maus adeptos”, “Destabilizadores”, “Minoria silenciosa”….

 

Todos estes apelidos foram dados aos Sportinguistas desde o inicio da nomenclatura Roquette. Em todos estes momentos os sócios foram tratados como lixo e considerados a mais no Sporting. Enquanto isso, muitos enchiam os bolsos à conta do nosso clube e destruiam mais de 100 anos de história.

Confesso, o resultado da auditoria (já tive oportunidade de ler com atenção as mais de 80 páginas do relatório) não me surpreenderam. Deixaram-me triste, mas não me surpreenderam. Os números lá expressos vieram apenas comprovar o que qualquer Sportinguista atento sabia, temos sido governados por uma quadrilha de bandidos, uma cambada de gestores incompetentes e um conjunto de aproveitadores.

 

Eu sou do Sporting desde sempre. Nasci no seio de uma familia com fortes ligações ao Sporting e lembro-me de, em miúdo, ir ao velhinho Alvalade com o meu tio, então Vice-Presidente do clube. Lembro-me de entrar no estádio e sentir que estavamos todos em familia, a grande e fantástica familia leonina. Talvez recuando agora me recorde que de facto não eram muitos os títulos que conquistávamos no futebol, é certo, mas o prazer que eu tinha em ir ao velhinho Alvalade, o prazer de sentir uma verdadeira tarde de futebol (precedida de tantas outras modalidades) faziam-me não pensar muito nisso. Queria ver o meu Sporting a ganhar ou a perder e em todas as modalidades.

Um dos motivos pelos quais os Sportinguistas diziam sempre presente era porque aquela era a nossa paixão, o nosso escape dos problemas do dia a dia. Era um clube e não uma empresa. Era gerido por amor e os erros de gestão, que também os havia, eram erros de quem queria o bem do clube e não o bem pessoal ou de terceiros. Sabiamos que na cabeça de todos só estava um único pensamento: honrar o grande clube que eramos (somos).

 

Em 1986 o Sporting Clube de Portugal tinha cerca de 132 mil sócios (nas últimas eleições pouco mais de 25 mil…). Este número é tão ou mais impressionante visto que totalizavam mais que o conjunto de sócios de Benfica e FC Porto. Eramos então a grande potência desportiva nacional.

Até que um conjunto de “brilhantes” gestores decidiu que a paixão não se pode sobrepor à razão e que o nosso clube deveria ser gerido de forma profissional, como uma empresa. Esta foi a versão vendida. Nela vinham os sonhos em formato de frases bombásticas: “O Sporting não vai mais depender da bola que bate na trave”, “Vamos ganhar 2 campeonatos em cada 3” e outras…


Os Sportinguistas, sedentos de vitórias, deixaram-se embalar no conto do vigário e deram carta branca para o que se iria provar ser a derrocada do outrora, maior clube português.

Depois de Roquette vieram muitos mais. Dias da Cunha (que até atrasados mentais chamou aos sócios), Soares Franco (o tal que queria acabar com os sócios para os converter em clientes) e o inenarrável José Eduardo Bettencourt (não vale a pena descrever tudo o que conseguiu fazer de errado em apenas 1 ano). Todos eles apareceram como salvadores quando na realidade todos sabiamos serem apenas seguidores.

 

Ontem alguém me dizia que acredita que a pasta foi sendo passada de mão em mão de forma a alguns do crimes que foram cometidos terem tempo de prescrever. Quando os assuntos viessem à baila já seria tarde para acusar alguém. É uma teoria que faz sentido do meu ponto de vista.

Mas nós, sócios e adeptos do Sporting Clube de Portugal, também temos culpa disto. Fomos nós, sócios e adeptos do Sporting Clube de Portugal, que aceitámos que isto acontecesse.
TODOS somos culpados, uns mais que outros é certo, uns por concordarem outros por ficarem calados. Por aceitarmos sem reclamar o que nos estava a ser servido, por acreditarmos que os tais “gestores” saberiam melhor do que nós como gerir um clube (que para eles não passa de mais uma empresa). Pois bem, o Sporting era nosso, dos sócios, e nós decidimos entregá-lo a meia dúzia de larápios para fazerem o que com ele entendessem. Perdemos todos.

 

Muitos irão dizer que “este não é o momento para falar, é momento de união”, pois então eu pergunto, qual é o momento certo? Em 15 anos desta geração não me recordo de um momento em que fosse considerado certo. No começo da época é mau porque destabiliza, a meio da época não porque temos que estar unidos, no final da época também não porque temos que estar quietinhos para que possam preparar a nova temporada com calma. NUNCA É O MOMENTO:

E de silêncios em silêncios chegámos a este ponto.

Não tenhamos dúvidas, voltámos ao costume do “ou isto ou o abismo”, e isto, meus caros, é a venda do nosso clube a um qualquer investidor estrangeiro. Que estejam atentos, que acordem deste sono profundo que temos todos estado. Que nos lembremos que o Sporting, na sua essência, é nosso. Dos adeptos, dos sócios, de quem por ele chora e faz sacrificios.

O Sporting é nosso, não o deixemos morrer.

 

Saudações Leoninas a todos
Nuno Mourão

 

In http://www.sportingapoio.com/ja-chega-por-nuno-mourao/


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