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Rinaudo: «O meu corpo precisava desta lesão» PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
Segunda, 26 Dezembro 2011 16:29

111015rinaudoChegou, viu, venceu e... lesionou-se. Rinaudo é, sem dúvida, uma das grandes contratações do Sporting para esta temporada, pegou de estaca na equipa e só uma fractura do maléolo externo do tornozelo esquerdo o tirou do onze, para desespero de Domingos Paciência. Agora, O JOGO encontrou o médio na Argentina, onde passa o Natal com a família, sem descurar um processo de recuperação que promete roçar o milagre. Mas a vontade de jogar "é imensa", sofrendo por não poder ajudar a equipa no ciclo infernal de Janeiro, com FC Porto e Braga, entre outros, pelo caminho.


Que balanço faz deste primeiro semestre em Portugal?

Creio que, como vinha da Argentina e por aquilo que me aconteceu, falando do aspecto desportivo, o balanço é positivo, é bom. Há que ter em conta que foram os primeiros seis meses. Apesar da lesão, que me deixa de fora três meses, foi tudo muito bom, agarrei o lugar, joguei com regularidade e pude adaptar-me rápido ao futebol português. Ainda me falta muito, é certo, mas está a correr bem. Agora quero aproveitar uns dias com a minha família, no meu país.

 

Como se adaptou a um futebol novo, a uma cidade grande e a outro tipo de cultura?

Quanto cheguei, eram 15 reforços no Sporting. Alguns falavam inglês, outros francês, outros espanhol... Um de cada cor. Isso complicou um pouco, mas só no princípio. Depois, foi como se fizéssemos todos um curso intensivo de português e tudo começou a correr melhor. Digamos que, em Portugal, o idioma a falar é o português, para lá do universal, que é o inglês. Como dizia, no início éramos muitos, mas todos fizemos um esforço para nos entendermos, e hoje, felizmente, estamos muito bem.

 

Como encarou esta lesão grave?

Com muita tranquilidade. Ninguém gosta de se lesionar e, obviamente, são coisas que acontecem. Estamos habituados a ver estas lesões de fora, como quem diz "coitado daquele, olha como se magoou, a mim nunca vai acontecer". É típico. Até que um dia nos acontece mesmo, e agora foi a minha vez. Há que encarar isto com tranquilidade. Joguei três anos seguidos sem me lesionar, sem parar por causa dos play-offs na Argentina, até que o corpo disse "basta". Em algum momento teria de parar.

 

Traz recordações de quando se lesionou ainda na formação?

Não. A verdade é que é completamente diferente. Na formação é muito mais difícil, todo um outro ponto de vista. Aqui é outra coisa, até a maneira como nos tratam. Somos acompanhados de outra forma, com mais atenção. Além de que, neste caso, em Portugal e em Lisboa, tratam muito bem os estrangeiros. Fazem-nos sentir em casa. Estou tranquilo porque sei que, no fim destes três meses, se tudo correr bem, vou estar a jogar.

 

Em que etapa da recuperação está?

Estou a meio. Foi há um mês e meio e o médico disse-me que podia voltar ao fim de três meses. Estamos a fazer todo o possível para que a recuperação se cumpra dentro dos prazos estabelecidos.

 

O jogador que participou no lance em que lesionou telefonou-lhe?

Não, mas foi um lance infeliz. Antecipei-me a ele e a minha perna dobrou. Foi-me falar depois do jogo e disse-me como o barulho tinha sido impressionante e quanto o lance o tinha incomodado. Ficou tudo bem entre nós e também não dramatizei o que aconteceu.

 

Agora que tem estado de fora, como tem visto o futebol do Sporting?

É mais difícil visto de fora, até porque é terrível não poder jogar. Prefiro nem dizer nada sobre a equipa, porque para mim é complicado. E, depois, tenho sempre vontade de estar lá dentro e ajudar. Agora é complicado. Mas, se calhar, o meu corpo precisava da lesão, para parar um pouco. Acho que me vai fazer bem. Sobretudo, em pouco tempo, estarei a jogar novamente.

 

"Ainda falta toda a segunda volta"

 

Acha que o Sporting vai lutar pelo título até final com Benfica e FC Porto?

Empatámos na última jornada antes da paragem e ficámos a seis pontos dos dois, mas ainda somos um grupo em formação, só estamos juntos há seis meses. Ainda não sabemos quem são os titulares, qual o papel de cada um. Estamos numa fase em que tem de haver rotação na equipa. É certo que há uma base na equipa, mas ainda nos falta algum caminho. Na Liga estamos em terceiro, a seis pontos, mas ainda falta toda a segunda volta. Na Taça de Portugal somos o único grande em prova. Os dados estão lançados.

 

Se ultrapassarem o Légia na Liga Europa espera-vos uma eliminatória ainda mais complicada: FC Porto ou Manchester City.

Claro, porque se passarmos jogaremos com o vencedor dessa eliminatória. Se for o FC Porto, vai ser uma guerra. Futebolística, claro.

 

Como viu a chamada de Sabella, seleccionador da Argentina?

Na verdade foi uma boa surpresa. Sobretudo porque era o técnico do Estudiantes e eu sempre joguei no Gimnasia. Não imaginava. Não pensei no assunto assim, mas passou-me pela cabeça ir à selecção. Quando me chamou foi uma emoção muito bonita. É uma alegria estar na selecção.

 

"Até os médicos estão surpreendidos"

 

Já quase dois meses passaram desde o maldito momento em que sentiu um estrondo na sua perna esquerda. Não foi preciso uma radiografia para perceber que o que se tinha passado era grave. O esgar de dor na sua cara dizia tudo. A confirmação não tardou em chegar e o diagnóstico de fractura do maléolo externo do tornozelo esquerdo foi a má notícia que Fabián Rinaudo recebeu. Ainda assim, longe de ficar deprimido, o argentino dedicou toda a sua vontade ao trabalho de recuperação, que estão no melhor caminho e até provocam a admiração do departamento médico do Sporting. "Fito está óptimo. Tudo está a correr bem com a recuperação da sua perna. Contou-me que os médicos estão surpreendidos pela rapidez com que melhora", disse-nos Mónica, a mãe do centrocampista que, por estas horas, desfruta de uns dias de sol de Verão, em Armstrong, a sua cidade natal.

Fito aterrou na Argentina na passada segunda-feira e voltará a Lisboa logo após o Natal. E, mesmo se está a aproveitar as suas férias, isso não quer dizer que se tenha desligado por completo. Pelo contrário. Dia a dia, dedica algumas horas ao trabalho de recuperação indicado pelo médico do Sporting, para dar continuidade ao progresso que já alcançou. "Convenceu-se que tinha de curar-se o mais rápido possível. É um rapaz que se cuida muito e está a recuperar com passos de gigante", garante, com orgulho e emoção, a mãe de um Rinaudo que já deixou para trás o peso que carregava na sua perna esquerda. Nos dias que se seguiram à lesão, o argentino esteve em profundo repouso em sua casa. Engessado, não podia sequer apoiar o pé. Cedo instalaram uma trave no gesso, que lhe permitiu dar os primeiros passos e, agora, já sem gesso, anda com naturalidade. "Apoia o pé todo. Está perfeito", explica Mónica.

 

Baterias recarregadas

 

Para além da dor provocada pela lesão e o sofrimento de ver os jogos do Sporting desde a bancada, Rinaudo não fraquejou em nenhum momento. Aceitou esta contrariedade como algo que pode acontecer a qualquer futebolista e concentrou-se em superá-la, sem olhar para trás ou penitenciar-se pelo tempo que tem de passar longe dos relvados. Agora, recarrega as "pilhas emocionais" na sua cidade natal, rodeado de familiares e amigos, e prepara-se para regressar a Portugal e encarar com dedicação total a última etapa da recuperação, no campo de treinos, devagar, ao princípio, e aproximando-se, pouco a pouco, do trabalho com bola. No avião viajarão também os seus pais, Luís e Mónica, para o acompanharem em Lisboa durante algum tempo e poderem assistir ao vivo ao momento que volte a vestir a camisola verde e branca, algo que já deixa a sua mãe ansiosa: "Vai ser muito emocionante!"

 

Corre para início de Fevereiro

Desde que passou a poder levantar-se, as salas de recuperação e ginásio do Sporting tornaram-se um novo lar. Até viajar para o seu país, passou aí várias horas por dia. Concentrou, e concentra, todo o seu esforço para voltar melhor que antes e cumprir os prazos estimados, para estar à disposição de Domingos Paciência no início de Fevereiro. Para que isso aconteça, não poupa esforço ou energia nos exercícios destinados a permitir que recupere a massa muscular perdida durante o período em que esteve imobilizado. "Fito é um profissional responsável. Gosta de treinar-se e dá tudo o que tem, nunca se poupa. Até dizem que é o melhor paciente que já tiveram", conta, sorrindo, Marcelo Gauna, o agente do jogador, que foi visitá-lo a Lisboa e pôde ver todo o empenho que está a dedicar à recuperação.

 

In ojogo.pt


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