 Andrés Carrillo promete ser uma referência de leão ao peito, esteio do futebol peruano e, quiçá, em outras paragens europeias, assegurou, a O JOGO, Teófilo Cubillas. O ex-goleador, ícone da selecção do Peru entre o final da década de 1960 e o início dos anos 80 e que jogou no FC Porto entre 1974 e 1976, olha com atenção para o "miúdo de 20 anos" que viu sair do seu Alianza de Lima e vê nele "condições para estoirar" com as cores do Sporting, onde, relembre-se, brilhou o igualmente extremo peruano Juan Seminário entre 1959 e 1961. Cubillas, que, ao contrário de Carrillo, chegou como "jogador feito", aos 25 anos, a Portugal, sem necessidade de uma afirmação de valor, confirmado então também pelo custo que a transferência do Basileia para o FC Porto implicou, considera o Sporting uma "boa porta de entrada" para o crescimento de uma das promessas futebolísticas do seu país.
Os ingredientes para o sucesso de Carrillo estão-lhe no sangue, assegura, mas é preciso mais. "É um rapaz que tem tudo para ser um grande jogador. Pensei que ficasse mais tempo no Alianza de Lima, mas foi com muita ambição para o Sporting. Tem muita habilidade e velocidade. Claro que precisa de crescer, de evoluir, para singrar na Europa. Dependerá sempre do seu profissionalismo e, sinceramente, não conheço nada de mal que possa prejudicar essa evolução. O Sporting, como o Benfica e o FC Porto, é uma excelente porta de entrada na Europa; são todos clubes com crédito. Carrillo tem de pensar nisso mesmo! Acredito que pode vir a ser uma referência na selecção nacional, como são Pizarro, Guerrero, Vargas ou Farfán", asseverou o mundialista de 1970, 1978 e 1982.
Para já, Carrillo vai aproveitando a janela de oportunidade que as lesões de Izmailov, Jeffrén e Pereirinha lhe possibilitam no elenco de Domingos Paciência, técnico que olha para o extremo como um dos imprescindíveis para atacar a Lázio na Liga Europa.
Precisa de mais músculo para ser um Farfán
André Carrillo, apelidado de "A Cobra" no Peru pela forma como serpenteia sobre e com a bola, é visto como um sucessor de Jefferson Farfán, extremo que actua nos alemães do Schalke 04, mas Cubillas lembra que o jovem leão ainda "tem de ganhar mais músculo". "Olhando, por exemplo, para Farfán, noto que falta a Carrillo mais massa muscular, o que tem de ganhar. Farfán é mais potente e quem choca com ele, cai, mas Carrillo é mais fino a jogar, mais veloz. Para ter sucesso na Europa, vai ter de ganhar músculo, pois isso é fundamental no futebol mais competitivo", atirou. Cubillas considera mesmo que melhorando o físico e jogando com maior regularidade, a presença na selecção nacional será um facto: "Agora está numa fase em que tem de se dedicar ao Sporting para crescer; depois será chamado."
"Rodriguez também tem de bater..."
Elogios à qualidade de Rodriguez não faltam por parte de Cubillas, sobretudo pela "forma inteligente de jogar". "Às vezes é um central demasiado bom, não bate nos adversários, quando também é preciso. O Sporting fez bem em contratá-lo, até porque ajuda a integrar Carrillo", lembra. De resto, sabe O JOGO, Rodriguez e Carrillo passam muito tempo juntos em Lisboa, apesar de só agora se terem conhecido.
In ojogo.pt
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